sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Economista dá orientações sobre o momento certo para trocar de automóvel

Alguns fatores devem ser levados em consideração, como custos de manutenção e desvalorização.
Maurício Araya / Imirante.com
29/11/2013 às 09h42 - Atualizado em 29/11/2013 às 09h45
Arquivo/Marcello Casal Jr./Abr
SÃO LUÍS – Você sabe qual a hora certa para trocar de automóvel? Alguns fatores devem ser levados em consideração, entre eles: os custos de manutenção, desvalorização, desgaste do modelo, etc. Quem compra um veículo novo tem um período médio de até seis anos garantido pelas fábricas de baixo custo com manutenção. A partir deste período, o proprietário deve levar em consideração a frequência em que visita a oficina. Já no caso da desvalorização, a desvantagem financeira costuma ocorrer nos dois primeiros anos após a aquisição, que, dependendo do modelo, pode chegar a até 25%. Cada veículo costuma desvalorizar 15% ao ano.
De acordo com o economista e professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Felipe Macedo de Holanda, a decisão está condicionada ao custo de manutenção do veículo. "Primeiro, se ele está trocando o veículo, ele tem que olhar as condições do veículo dele. O custo de manutenção é a chave do problema. Em geral, carros de passeio, além dos três anos, costumam apresentar uma curva de manutenção ascendente. Então, você começa a gastar mais. Nós temos garantias, em alguns modelos, em até três anos. A partir deste momento, ele (o proprietário) está descoberto e é esperado que ele gaste crescentemente. Ele vai ter que trocar os amortecedores, os pneus, retentores, uma série de equipamentos, que você vai gastando e que não influi no preço de venda", explicou em entrevista ao portal Imirante.com – ouça a entrevista.
Novos x usados
Entre a compra de um veículo novo ou usado, alguns proprietários lançam mão de uma estratégia: comprar um veículo seminovo, com um ou dois anos de uso, porque são, em teoria, pouco usados e, geralmente, ainda possuem garantia contra defeitos de fabricação.
Ao optar por um veículo usado, o interessado deve estar atendo a algumas dicas. "A gente tem que levar em consideração que um carro não é um investimento. O carro é um bem de consumo durável sujeito a uma depreciação. Quer dizer, quando você está usando o carro, você está desgastando. Então, quando eu for comprar um carro usado, eu tenho que levar em consideração o estado desse carro. É uma situação específica, de informações assimétricas. O dono do carro que está vendendo sabe quais os problemas que ele tem, mas quem está comprando não sabe. Então, é necessário que você, se não tem muita experiência, não conhece bem automóveis, tenha um mecânico de confiança, uma pessoa que possa avaliar. E aí tem vários sinais: se o carro foi batido, é possível você fazer uma inspeção sobre isso. Outro dado importante, é se foram feitas as revisões periódicas. Se foi um carro utilizado, predominantemente, na cidade, ou se ele teve um uso mais intenso em terrenos desfavoráveis. Tudo isso influencia", esclarece.
Já se for optar por um veículo novo, algumas vantagens influenciam no poder de decisão. "O carro novo é mais caro. Em compensação, os financiamentos costumam ser mais baratos, até 1%, 0,8% ao mês, enquanto que para um carro usado, os financiamentos são mais caros, ao redor de 2% ao mês. Outra coisa que é importante, é a gente saber que um carro, no momento em que você tira da concessionária, ele perde 20% do valor", diz.
Outra dica é estar atento à tabela de preços medis de veículos elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que serve de parâmetro para negociações ou avaliações. Os dados, também, servem de base de cálculo na cobrança do IPVA.
Limite de endividamento
Consultado sobre o quanto da renda uma família pode comprometer – e levando em consideração que o veículo é um bem de consumo, não um investimento –, incluindo gastos com gasolina, seguro automotivo, pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), manutenções, entre outros, o especialista explica que há um "limite saudável" de endividamento. "Até 30%, se você destinar sua renda para pagamento, serviço de dívidas, amortização (processo planejado de extinção de uma dívida por meio de pagamentos periódicos), pagamento de juros é uma coisa, relativamente, saudável. Claro que depende da composição da família, se tem filhos, se tem idosos, se tem gente estudando", afirma.
Promoções
Com a chegada do ano novo, as grandes fábricas e concessionárias costumam fazer promoções para esgotar o estoque de veículos. Segundo Felipe de Holanda, é preciso saber identificar o melhor momento para a compra de um automóvel. "Em geral, no início do ano, a gente costuma ter promoções. Principalmente, se o movimento do fim de ano não foi aquele tão bom, tão esperado pelas marcas, pelas concessionárias, o que me parece ser o caso deste ano. Até porque, muita gente antecipou a compra de automóveis em função das promoções que já foram realizadas. Então, eu diria que esperar até o início do ano que vem pode ser vantajoso. Agora, seja no ano que vem, seja neste ano, o importante é as pessoas evitaram a compra por impulso. É importante é fazer uma boa pesquisa daquela marca, daquele modelo que se está procurando e chegar na concessionária e obedecer esse plano. (...) Evite tratar a compra de um carro como se fosse uma festa", recomenda.
E o consumidor, também, não deve ter vergonha de negociar um desconto no valor final do veículo. "A barganha faz parte do jogo. Todo vendedor de automóveis tem uma faixa de preço que ele pode negociar de desconto, seja abatendo o preço do veículo, seja incluindo componentes: protetor de cárter, película, IPVA, até tanque cheio", completa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário